(RE)INVENTANDO O APRENDIZADO ATRAVÉS DO AVANÇO TECNOLÓGICO: UM ESTUDO FENOMENOLÓGICO E EXISTENCIAL

HEDLAMAR FERNANDES Fernandes SILVA LIMA

Resumo


Resumo

Este estudo foi escrito de forma ensaística e objetiva descrever compreensivamente, numa dimensão discursiva, uma prática educativa, envolvendo o uso do tablet, desenvolvida pelos autores junto a uma criança de seis anos de idade, autonomeado “Naruto”, que possui um complexo e raro quadro clínico denominado craniofaringioma causando-lhe a cegueira. Ressaltamos a relevância desta temática em nossos percursos cotidianos, pois, trata-se de uma prática educativa, precedida pela conscientização, resultando numa estreita relação que se estabelece entre um modo de interpretar a vida, cuja compreensão conduz a uma ação transformadora pontuada por Freire (2015). Nessa direção, partiremos da compreensão que o fenômeno envolvido nessa prática educativa, é um ser capaz de intervir no mundo e não só de a ele se adaptar. A metodologia utilizada para a realização deste ensaio é o método fenomenológico (RIBEIRO, 2011). A fenomenologia exige uma vivência, um compromisso e respeito à realidade do fenômeno deste estudo, nos libertando da sina de escolher um único caminho. Sendo assim, foi possível descrever, analisar e refletir sobre a prática educativa realizada com a criança na condição de paciente-aluno dentro do ambiente hospitalar. O referencial teórico se baseia em May (1975), Freire (2015) e Ribeiro (2011). Os resultados apontam que o uso de práticas educativas envolvendo a tecnologia torna-se ferramenta de relevância fundamental na construção do conhecimento do aluno, contribuindo para interação social da criança internada e fortalecendo as relações interpessoais entre ela e o outro.

PALAVRAS CHAVE: Tecnologia; Educação Inclusiva; Prática Educativa, classe hospitalar.


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Referências


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Hedlamar Fernandes é graduada em Pedagogia, mestre e doutoranda em educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Espírito Santo, na linha de pesquisa “Educação Especial e Processos Inclusivos”.

Hiran Pinel é licenciado em Psicologia, Pedagogia, Filosofia, Biologia e Matemática e graduado em Formação de Psicólogos. É mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Espírito Santo, doutor em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo e pós-doutor em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais.


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